terça-feira, 11 de outubro de 2011

RESENHA LIVRO JOGOS COOPERATIVOS - O Jogo e o Esporte como um Exercício de Convivência

 Livro JOGOS COOPERATIVOS - O Jogo e o Esporte como um Exercício de Convivência
Autor: Fábio Otuzi Brotto - 3ª ed.



Em uma época onde a competição é tanto estimulada, o livro de Brotto, surge como um desafio na divulgação aberta da filosofia da cooperação. Esse pensamento é expresso já no início do livro, onde o autor abre mão dos direitos autorais e autoriza a reprodução a quem quiser divulgar os jogos cooperativos. Fantástico!
O objetivo do autor com o trabalho é contribuir para que as pessoas possam resgatar o seu potencial de viver juntas e realizarem objetivos comuns, aprendendo a viver uns com os outros, ao invés de uns contra os outros. Trata-se de um estudo filosófico-pedagógico acerca dos jogos cooperativos para promover a ética da cooperação e desenvolver as competências necessárias para a melhoria da qualidade de vida atual para a vida das futuras gerações. 
O livro é organizado em cinco capítulos: O Jogo numa Sociedade em Transformação. A Consciência da Cooperação. Jogos Cooperativos. Jogos Cooperativos: uma Pedagogia do Esporte. O Jogo e o Esporte como um Exercício de Convivência. O livro contém, considerações finais, bibliografia e com – Nexos ( exemplos de alguns Jogos).
No 1º capítulo “O Jogo nma Sociedade em Transformação”, Brotto expõe os conceitos e abordagens de jogo, fazendo uma relação dele com as dimensões do ser humano e uma relação profunda com a vida humana, afirmando que: “Jogamos do jeito que vivemos e vivemos do jeito que jogamos”. Por isso, a importância de mudar a nossa mentalidade para transformar a sociedade. 
A partir do 2º capítulo “A Consciência da Cooperação”, Brotto fala sobre a diferença gritante que há entre a cooperação e a competição, quais os alcances, os objetivos e os sentimentos envolvidos em uma situação competitiva e em uma situação cooperativa. Comenta também sobre alguns mitos que surgem quando falamos em cooperação, deixando bem claro que há alternativas, não porque a competição é ruim e a cooperação é boa, mas porque a cooperação é mais necessária se queremos um mundo melhor. “Não sou contra a competição, sou francamente a favor da cooperação ”. O capítulo termina com um apelo para que o desenvolvimento da cooperação seja desenvolvido por todos, mostrando que a sociedade cooperativa é uma possibilidade, basta trabalharmos com boas ações, além das nossas boas intenções.
No 3º capítulo,  Brotto, dedica-se a falar dos “Jogos Cooperativos” com profundidade, da sua Origem e Evolução, de como esse movimento foi espalhando-se pelo mundo até chegar ao Brasil. Aqui no Brasil a trajetória dos jogos é mostrada de forma cronológica. Mostra ainda os Conceitos e as Características dos jogos cooperativos, principalmente contrastando com as características dos jogos competitivos. Jogos cooperativos são bem mais que jogos desenvolvidos em sala de aula, ou em quadras, por isso, Brotto mostra a visão que movimenta os jogos cooperativos e os Princípios Sócio-Educativos da Cooperação que tem comoprincipais eixos da Pedagogia Cooperativa a dinâmica de ensino-aprendizagem que Brotto chma carinhosamente de Espiral de Ensinagem Cooperativa, compondo três elementos essenciais: a Convivência, a Consciência e a Transcendência.
“Exercitando no jogo e no esporte a reflexão criativa, a comunicação sincera, a tomada de decisão por consenso e a abertura para expe-rimentar o novo, todos podem descobrir que são capazes de intervir positivamente na construção, transformação e emancipação de si mesmos, do grupo e da comunidade onde convivem.” 
No 4º capítulo “Jogos Cooperativos: Uma Pedagogia do Esporte”, o autor discorre sobre o esporte como algo muito presente na experiência humana e como conteúdo da disciplina de Educação Física. Ao esporte ele une a pedagogia, transformando-a em uma linha de pesquisa que aplica a ciência do esporte aos princípios sócio-educativos para favorecer o processo de ensino-aprendizagem. É o uso do esporte como meio de educação. Ainda nesse capítulo Brotto fala da importância da cooperação no esporte ensinando ao pedagogo do esporte todas as categorias de jogos cooperativos, os critérios para formação de grupos, a visão sobre premiação e as ações co-opetitivas, que são ações de criação e organização de eventos grandes de cooperação. 
No 5º capítulo, o autor relaciona tudo que foi exposto ao exercício da convivência, e estimula o leitor a desejar e lutar por um mundo melhor, sem perdedores ou vencedores, mas um mundo onde todos vencem juntos. Um verdadeiro desafio na construção de um mundo onde nós nos importamos com o outro, porque ele é parte de nós. 
Em suas considerações finais, Brotto enfatiza que os jogos cooperativos não terminam ali, eles continuam, “é impossível conceber um apito final para este Exercício de Convivência”. Todos são estimulados a vivenciar e a divulgar essa pedagogia da cooperação,
somos muito melhor
quando compartilhamos a vida
com quem a gente ama.
Essa frase diz tudo!

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